Quercus suber

Olá, a todos, vou apresentar um projecto que foi recolhido no inicio deste ano. No que diz respeito à arte do bonsai sempre me assustou o yamadori, não o que é feito a partir de plantas compradas num horto, mas a partir de plantas recolhidas na natureza. Devido à responsabilidade que isso acarreta, porque mesmo os bonsaistas mais experientes reconhecem que à partida não há 100% de certezas quanto a sobrevivência da planta.
Por isso as recolhas que tenho feito são projectos muito modestos, pois até hoje apenas recolhi plantas que estavam em risco, plantas que se encontravam em situações delicadas e que sem intervenção, não sobreviveriam, tentando assim evitar um peso na consciência, reconhecendo a minha falta de conhecimentos e fazendo uma selecção mais afectiva que artística.
Mais confiante com o que tenho aprendido com os meus modestos projecto, este ano decidi procurar a sorte e apercebi-me que perto da minha casa estavam a preparar a construção de uma vivenda, numa zona perto do pinhal. depois de umas visitas de reconhecimento, apercebi-me que havia dois Sobreiros que muito provavelmente iriam ser atropelados pelas máquinas. Falei com o dono da obra e ele autorizo-me a fazer a recolha, mas devido ao factor responsabilidade acabei por recolher aquele que estava mais ajeito de ser atropelado, o outro estava mais afastado do caminho e optei (mal) por deixa-lo ficar, durou uns meses mas o que eu previ aconteceu.
Apresento as fotografias do sobrevivente. Este ano deixei-o na terra de origem mas para o ano quero, sem mexer nas raízes, substituir pelo menos 60% da mesma por uma mistura mais indicada (menos barrenta).
Neste momento tenho duvidas quanto à melhor altura para a poda, já me falaram em Janeiro, mas também principio de Março.
Quando começou a dar sinais de vida em Abril 2012

Esta não é a foto mais recente (Agosto 2012) mas mostra a força com que se desenvolveu espero que continue assim em breve espero colocar fotografias que permitam, discutir o caminho a seguir.

Viva Eduardo!

Acho que tens aí uma árvore "simpática" para treinares. Pela casca que tem é um sobreiro jovem e penso que devias no inverno baixar a árvore, cortando um pouco acima da curva. Futuramente talvez possas usar ramo da esquerda que deixaste e inclinar também a árvore para a esquerda.
Esse crescimento é muito normal nos sobreiros, a fase crucial será até aos 2/3 anos, se até aí não morrer então "pegou" mesmo. Não cortes nada nos primeiros 2 anos a não ser os galhos que não vais de certeza usar no futuro desenho.

Ab.

Olá Bruno obrigado pelo feed back. Estou um pouco ansioso com o ano que ai vem pois sei que vai ser crucial, para o futuro desta árvore. Mas isso não me inibe de fazer planos.
Inicialmente a ideia era cortar como falas, mas cada vez mais gosto dela com a altura que tem, as fotografias não demonstram bem todo o movimento do tronco, a seguir à curva ele inclina-se um pouco para nós nesta frente, não definitiva, que apresento. Em relação à poda a minha ideia era tirar os ramos que são perfeitamente descartáveis, todo aquele jardim ao longo do tronco. Estou preocupado em saber o momento certo para o fazer, pois parece que os sobreiros são sensíveis a esse tipo de erro.
Não será necessário, ou aconselhável,cortar um pouco as pontas dos ramos que ficam para estimular a ramificação? E assim facilitar o trabalho de estilização no futuro.
Cumprimentos.

Viva Eduardo,

Eu não sou muito experiente na arte (3 anos), mas já tive alguns sobreiros que morreram... e uma das razões foi de certeza não ter deixado crescer livre no 1º ano...
Podes cortar as "pontas" dos ramos que deixares e até dar algum movimento com arame (no inverno), pois nos sobreiros quando os ramos se tornam muito grossos ficam algo quebradiços... convém é em 2013 deixares crescer livre de novo para fortalecer a árvore e ganhar raizes.
Mesmo se inclinando para o observador, acho que não tens muito a ganhar com uma árvore tão alta com esse movimento... mas vamos aguardar que os mais experientes falem.

Ab.

Viva!

O Bruno deu bons conselhos!Resta-me acrescentar que o substracto utilizado, não é o melhor para recuperar e promover a formação de novas raízes!

Não faças nenhum transplantes nos tempos mais próximos, sobretudo porque devido ao "peso" da terra utilizada, podes danificar as frágeis raízes!

Olá, obrigado pelas dicas. Pois é Mário eu sei que o substrato não é o melhor, o que eu não explico no primeiro post é a minha intenção de misturar um pouco da terra de origem com um substrato mais drenante, arejado e que não foi possível. Na altura achei que a terra não era assim tão má e que ao fim de um ano, sem pressas e com tudo planeado, poderia proceder à sua substituição.
Neste momento estou a pensar em fazer uns buracos no vaso e coloca-lo num recipiente maior, caso as raízes cheguem lá se desenvolvam num substrato melhor.
Neste momento voltei à estaca zero como já disse inicialmente tinha pensado em cortar a arvore, depois decidi deixa-la ficar como está e agora não sei. Acho que são estas duvidas recorrentes que tornam está arte tão interessante.
Fiz dois virtuais, conselhos serão bem vindos. [url][/url]

Tirei uma fotografia ao sobreiro já muito depois de decidir pelo corte do tronco. E também decidi tal como digo no post anterior fazer uns furos grandes no fundo do vaso e enterrar uma parte do mesmo num pequeno alguidar, pareceu-me que as raízes estavam a chegar ao fundo e tento assim estimular o seu desenvolvimento. Apesar da fotografia não ser a melhor dá para ver que rebentou bem, parece cheio de força este ano até as folhas surgiram maiores, espero corrigir esse pormenor no futuro, mas espero que mantenha esta força.

Viva Eduardo!

Deixa crescer livre!! Nada de cortes este ano!

Ab.